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sábado, 28 de janeiro de 2012

O BEM E O MAL

Como primeira reflexão sobre a dualidade "bem e mal", facilmente surge o conceito de que bem é aquilo que possui valor, que favorece a felicidade do gênero humano, e que mal é em contraposição aquilo que traz prejuízo, que traz infelicidade ao gênero humano.  Quando nos referimos à gênero humano salvaguardamos este conceito de bem contra o que possivelmente agradaria um grupo específico mas traria prejuízo à humanidade como um todo, neste caso o que poderia ser tido como um bem para uns poucos poderia facilmente ser um mal para o gênero humano como um todo. Tudo isto tratando do conceito de bem em seu contexto moral, ético.

Foi na filosofia grega que o bem tomou a dimensão do divino, para Platão o bem era como o Sol, assim como o Sol além de tornar possível vislumbrar o mundo também é ele que dá possibilidade à vida, também o bem é fonte da verdade, da virtude, da sabedoria, sem ao mesmo tempo ser ele próprio limitado a qualquer uma destas coisas. Diógenes, filósofo do estoicismo, dizia que "assim como é próprio do calor aquecer, e não esfriar, também é próprio do bem ajudar, e não prejudicar". Desta forma, à partir de concepções como esta, seguem-se muitas outras que demonstram como todos os sistemas metafísicos associam o bem com a realidade suprema, fazendo do bem um verdadeiro conceito universal da espiritualidade humana. O bem também atua em sua concepção metafísica aliado ao conceito de justiça, pois para praticar e distribuir o bem se tem que ser justo, e para ser justo há que se ter conhecimento, sabedoria. Disto poderíamos chegar à conclusão que a busca pela excelência no entendimento e prática do bem obriga ao cultivo simultaneamente da tríade bem-justiça-sabedoria.

Há quem diga que o homem é metade bem e metade mal, eu particularmente acho que quem aceita este conceito está afirmando que Deus fez algo mal feito, o homem neste caso, tendo-o concebido destinado a ser apenas metade bom. Que Deus seria este? Entendo que o homem tem a capacidade de criar pensamentos, bons ou maus, mas o homem em si não é mais inclinado a uma coisa ou outra, isto será resultado de seu grau de consciência e de sua educação aplicada nos pensamento que cria e utiliza em sua mente. Por isto a luta do bem contra o mal não está em cultuar Deus ou fazer promessas pedindo para que sejamos bons e que nossa sociedade seja boa, está em educar-nos a nós mesmos, nossos filhos e nossa sociedade, com conhecimentos que nos possibilitem atuar com sabedoria, bem e justiça.

Para finalizar, existe uma estória cuja autoria desconheço, de que um velho índio explicava ao seu filho que dentro dos homens haviam dois lobos em luta, um bom que representava as virtudes e as qualidades boas do homem, e outro mau que era o oposto a tudo. O menino logo pensou na luta e perguntou qual lobo vencia a luta, ao que o velho índio respendeu: aquele que você alimentar.