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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

CIÊNCIAS OCULTAS

Originalmente as ciências ocultas foram ramos aonde se tratava de estudar assuntos como alquimia, astrologia, numerologia, quiromancia, etc. Estes estudos ainda no final da idade média misturavam-se com a própria ciência latu sensu tal como conhecemos hoje, temos como exemplo Isaac Newton, que além de ser considerado pai da física e um dos precursores da ciência moderna, também se dedicava paralelamente ao estudo da alquimia. No entanto, com desenvolvimento dos processos científicos e maior domínio das verdadeiras causas naturais do mundo que nos rodeia e de seus processos antes invisíveis e imperceptíveis aos métodos da época (descobrimento dos átomos, formação de moléculas, processos químicos naturais, microbiologia, radiação, astronomia, magnetismo, eletricidade, etc) as ciências antes consideradas ocultas já que buscavam investigar e explicar o invisível e inexplicável, misturado às crenças pessoais e por vezes irreais adotadas pelos que buscavam respostas, tornaram-se obsoletas ou mesmo fantasiosas e passaram a ser hoje consideradas como pseudociências ou crenças esotéricas.

No entanto, será que ainda não existem campos de estudo que implicam em causas e fenômenos ainda invisíveis e impalpáveis? Não há hoje espaço para investigar e praticar experiências importantes em assuntos a princípio ignorados e invisíveis em nossas vidas mas que possuem profundo impacto na mesma? Partindo do princípio que são métodos científicos o uso da investigação, da observação, da comparação, da organização e da experimentação, e se pudermos aplicar estes métodos em objetos de pesquisa e experiências “invisíveis” porém reais e possíveis de serem controladas trazendo resultados com vistas ao alcance de um objetivo, não estaríamos assim fazendo ciência com resultados que se comprovem e possam ser replicados ou reproduzidos por outra pessoa? Mas aonde estariam estes elementos invisíveis porém reais que não recaiam em pseudociência ou crenças esotéricas? Em nós mesmos e no Universo.

Todas as ciências antigas filosóficas partiam entre outras coisas da indicação do Oráculo de Delfos: “conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses”. Existem muitas coisas e causas ocultas dentro de nós mesmos, ocultas porque estão ignoradas, desconhecidas, no entanto podemos nos voltar para dentro de nós mesmos e lançar perguntas como “porque sou como sou?”, “posso ser melhor?”, “como superar o que há de prejudicial em mim e criar novas qualidades?”, “como evoluir a mim mesmo?”. Então entram os métodos científicos: busca de informação, investigação, observação, comparação, organização e experimentação. E tudo isto pode ser aplicado na exploração de nosso mundo interno, no conhecimento e domínio de nossa forma de pensar, de nossos pensamentos e sentimentos, na relação de causa e efeito que atuam em nossas escolhas diárias, na educação dos filhos, na humanidade como um todo e que pode ser associado ainda com outras Leis perscrutáveis como a evolução, a atração, etc. Os resultados disto podem ser compartilhados e reproduzidos por outra pessoa que queira alcançar o mesmo resultado, manifestando-se uma ciência puramente introspectiva e vivencialista.

O conhecimento de si mesmo, das causas que atuam sobre o homem e sobre o universo que lhe rodeia, continua sendo ainda uma busca do homem que quer ser mais consciente tanto de si mesmo quanto do mundo em que está inserido, da relação entre microcosmo e macrocosmo, e esta ciência continua como há milênios tratando de realidades ignoradas, desconhecidas por quem vive uma vida mecânica e materialista, portanto é uma realidade oculta para muitos, e por este ângulo quem se dedica neste estudo continua como há milênios praticando ciência oculta, já que a grande massa sublevada pela ignorância, pelo comodismo da existência vulgar e da neofilia, da banalização da vida e do descaso ao progresso moral e espiritual além do material,  não a vê ou ignora que exista.

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